Janeiro é mês de férias, verão e de muito sol. Uma combinação, à primeira vista, excelente para se passar uma temporada na praia ou mesmo descansar por horas em uma espreguiçadeira no clube, mas cuidados simples devem ser tomados para se evitar prejuízos à saúde da pele.
Tais precauções se tornam ainda mais necessárias em um ano no qual cientistas acreditam ser o mais quente dos últimos tempos. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), 71% dos brasileiros não usam nenhum tipo de protetor solar.
Por isso, profissionais da área e oncologistas alertam para o aumento de doenças de pele, principalmente nesta estação. De acordo com o presidente da SBD em Minas Gerais, Marcelo Grossi Araújo, no verão, as pessoas tendem a praticar atividades esportivas e de lazer ao ar livre.
Como consequência, afirma, elas se expõem mais aos raios ultravioletas UVA e UVB, nocivos à pele. Eles são causadores de queimaduras responsáveis por acelerar o envelhecimento e provocar tumores na epiderme.
Em um país tropical em que o sol aparece com intensidade em quaisquer período do ano, o câncer de maior incidência entre a população brasileira não poderia ser outro senão o de pele. Cerca de 120 mil pessoas descobrem ser portadoras da doença a cada ano, segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.
A principal causa do problema, diz o presidente da entidade, Enaldo Melo de Lima, é a exposição excessiva ao sol. Outra consequência para pele em função do bronzeamento em demasia é o envelhecimento precoce do tecido cutâneo chamado de fotoenvelhecimento e as queimaduras.
Os raios do sol também podem agravar o quadro de pessoas portadoras de lúpus (um tipo de lesão cutânea), porfiria (perturbação do metabolismo), alergias e erupção polimorfa (irritação).
A prevenção é o melhor tratamento para doenças de pele causadas pelo excesso de sol. Ela deve começar na infância, já que as lesões são formadas até aproximadamente os 20 anos de idade, explica o oncologista. O câncer de pele pode se manifestar em três estágios diferentes.
O melanoma é o mais grave e é desenvolvido por cerca de 6.000 pessoas a cada ano, somente em Minas Gerais. Um outro tipo de tumor de pele, o carcinoma baso celular, é o de incidência mais comum, seguido do carcinoma escamo celular.
Os carcinomas podem levar o paciente a desenvolver um foco secundário, a metástase. Os indícios da existência de um câncer de pele são o aparecimento de manchas que se modificam de cor, de tamanho e que sangram. O surgimento desses deve ser avaliado por um dermatologista o mais rápido possível.
Segundo os especialistas, a boa notícia é que 95% dos casos de câncer de pele são curáveis. De acordo com o oncologista Lima, a maioria dos tumores é tratada através de cirurgias. Nos casos de evolução para estágios mais avançados, é necessário o tratamento quimioterápico.

Dias nublados

Os cuidados com a pele não devem ser restritos aos dias de sol. Mesmo em dias nublados, orienta a SBD, o uso de protetor solar é recomendável. Moramos num país tropical e não é só no verão que temos que atentar para os riscos causados pelo sol, diz o dermatologista Marcelo Araújo.
Ele lembra que pessoas de pele negra não estão fora da lista dos que precisam se proteger dos raios solares. Embora tenham uma capacidade natural de proteção, devido a maior quantidade de pigmentação na pele, elas também estão sujeitas às doenças de pele.

Crianças e adolescentes devem ser orientados


Hoje não existe mais desculpa para o descuido no momento da exposição à luz do sol, afirmou a especialista em clínica médica e pós-graduada em medicina estética, Renata Marques. Segundo ela, os protetores solares evoluíram muito a partir de sua popularização, na década de 80.
Na avaliação dela, é muito importante que as crianças e adolescentes sejam informados sobre o assunto e que, portanto, sejam poupados de sofrer com doenças de pele quando adultas.
Idosos e adultos são maioria no tratamento de doenças de pele. Na época em que eles eram adolescentes, não existia muita informação sobre os problemas decorrentes da exposição do sol e nem a variedade de produtos para a proteção que temos hoje, disse.
De acordo com ela, a indústria farmacêutica evoluiu de tal forma que existe no mercado filtro solar para todos os tipos de pele. No rosto, explica, deve-se usar um protetor com Fator de Proteção Solar (FPS) acima de 30. No corpo, protetor pode ser mais fraco, com FPS 20.
Em ambos as partes do corpo, afirma Renata, aplicação deve ser renovada de duas em duas horas nos casos em que a pessoa estiver em contato com a água ou praticando esportes o suor também ajuda a retirar o protetor da pele.
Não existe filtro solar que proteja mais que o período de duas horas. Um ou outro produto é mais resistente à água. Eles são indicados para quem pratica exercícios físicos na água ou para quem sua muito, diz a médica.
Ela lembrou que estão disponíveis no mercado protetores específicos para as crianças, pessoas com pele negra, alérgicos e outros introduzidos na maquiagem. A proteção eficaz inclui ainda o uso de chapéus de abas largas, óculos escuros, blusas de mangas e calças compridas.

Estética


Além de prejudicial à saúde, a exposição aos raios solares de maneira excessiva é um veneno para a pele.
Segundo Renata, os problemas estéticos mais comuns relacionados com o sol são o aparecimento de rugas precoces e manchas. Quando procurada para tratar desses problemas, diz, recomenda à maioria dos pacientes o tratamento com o uso de ácidos.
Segundo ela, essas substâncias renovam a pele e estimulam a produção de colágeno proteína responsável por fortalecer os tecidos. Encontrada naturalmente na pele, o colágeno pouco resiste ao raios do sol. Renata aponta outros comportamentos inimigos da beleza da pele: o tabagismo e a má alimentação.

Fonte: http://www.portalfisioterapia.com.br/fisioterapia/principal/conteudo.asp?id=1848

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